quarta-feira, 6 de junho de 2012

O mineiro foi à Cuba!


mar do Caribe - Havana
                                                   Museu da Revolução - Havana    
 Monumento à revolução - Santiago
 
Capitólio - Havana
 
Havana
 
                                                                coco taxi - Havana                                 
Catedral - Santiago
  Catedral - Havana
                                                 Monumento à José Martí - Havana
                                                     Praça da Revolução - Havana
Havana

Uruguai - março de 2011

Buenos Aires - março de 2010

Trem de La Costa 
pronto para a viagem...
minha companheira no trem da vida

Eu e os trens...

Marcelino Ramos - RS - 2008

Mogi das Cruzes - SP - Agosto de 2010
Garibaldi - RS - Agosto de 2011


São Lourenço - MG - Março de 2012

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A ilusão do migrante

A ilusão do migrante

Quando vim da minha terra,
Se é que vim da minha terra
(não estou morto por lá?),
a correnteza do rio
me sussurrou vagamente
que eu havia de quedar
lá donde me despedia.

Os morros, empalidecidos
No entrecerrar-se da tarde,
pareciam me dizer
que não se sabe voltar,
porque tudo é conseqüência
de um erro nascer ali.

Quando vim, se é que vim
De algum lugar para outro lugar,
o mundo girava, alheio
à minha baça pessoa,
e no seu giro entrevi
que não se vai nem se volta
de sítio algum a nenhum.

Que carregamos as coisas,
moldura da nossa vida,
rígida cerca de arame,
na mais anônima célula,
e um chão, um  riso, uma voz
ressoam incessantemente
em nossas fundas paredes.

Novas coisas, sucedendo-se,
iludem a nossa fome
de primitivo alimento.
As descobertas são máscaras
do mais obscuro real,
essa ferida alastrada
na pele de nossas almas.

Quando vim da minha terra,
não vim, perdi-me no espaço,
na ilusão de ter saído.
Aí de mim, nuca saí.

Lá estou eu, enterrado
por baixo de falas mansas,
por baixo de negras sombras,
por  baixo de lavras de ouro,
por baixo de gerações
por baixo, eu sei, de mim mesmo,
este vivente enganado,
enganoso.


Carlos Drummond de Andrade